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Er ist wieder da

  • Felipe Zardin
  • 26 de mar. de 2018
  • 4 min de leitura

Vivemos na era da comunicação e arrisco dizer que na era em que as relações interpessoais são fundamentais para o desenvolvimento desta mesma comunicação.


Ao decorrer destes últimos anos, através do meu trabalho social tive a oportunidade de conhecer, conviver e observar diversos comportamentos, falas e questionamentos relacionados às atitudes e ideais que buscamos para a sociedade que sonhamos, a mesma sociedade que compartilhamos.


Futuro, este que me arrisco dizer, que vive em constante mudança de objetivos. Não muito distante, utilizando o movimento LGBT como exemplo, área que venho pesquisando há quase uma década, almejava garantir políticas de acesso a direitos legais de forma igualitária, isso não mudou, mas ganhou enfoques e estratégias maiores como a criminalização da lgbtfobia.


Outro fator que diz respeito à comunicação humana é o processo da empatia, onde uma das habilidades das relações interpessoais deve ser bem desenvolvida pelos agentes envolvidos: “emissor e ouvinte”, o processo de ouvir, processar e argumentar ideias. Se estes agentes não possuírem estas habilidades bem desenvolvidas, existe o risco de um ruído de comunicação, onde os conflitos começam.


Mas como nós escolhemos líderes, representantes, pessoas que nos façam acreditar neste futuro que sonhamos, que entendam nossos pensamentos e ideais? E porque muitas das vezes escolhemos pessoas que não representam a realidade pela qual tanto discursamos ser a que buscamos?


Feito estes questionamentos, precisamos refletir também sobre as parcerias e sobre os aliados que irão caminhar conosco em busca do futuro que sonhamos. Precisamos nos comprometer com nossos discursos ideológicos e não passar por cima da realidade do outro. Porém cabe também a crítica a estes discursos ideológicos cheios de perfeição.


Ao ficar meia hora em uma sala onde estejam reunidos agentes sociais que possuem desafios comuns e realidades parecidas, aparece logo ao decorrer das falas a reafirmação de posturas que devem ser seguidas, da necessidade de defender todas as pessoas que passem pelas mesmas dificuldades e precisem de ajuda na sociedade. Isto ocorre no movimento LGBT, no movimento racial, no movimento de mulheres, nos movimentos de lutas da minoria.

A comunicação parece muito clara e fluida, além disso, ela é disseminada e distribuída de forma firme para sociedade, mas inconsistências destes discursos aparecem constantemente.


Imagine a seguinte situação: Em um coletivo onde a pauta de discussão seja a necessidade do aumento da representação política de mulheres que garantam políticas públicas efetivas e que levem para o meio político a discussão das especificidades que só mulheres são capazes de levantar e que, além disso, essas mulheres sejam líderes que fazem parte dos berços destes coletivos. O que podemos supor é que esta reunião levanta uma estratégia clara e assertiva, pois garante uma parceria capaz de defender as ideias deste coletivo e chegar mais próximo ao futuro sonhado por estas mulheres. Basta, então reconhecer as líderes deste grupo, mulheres capazes de assumir os desafios que virão ao decorrer da caminhada deste planejamento.


Se observarmos os números, temos a maioria de eleitores representados por mulheres, temos ainda mulheres à frente do planejamento e da decisão de compra e consumo, um número de CNPJs constituídos em sua maioria por empreendedoras e são as mulheres que hoje empreendem mais por oportunidade do que por necessidade. Se pensarmos na situação apontada a cima o cenário apresentado é positivo para a estratégia de aumentar as representantes mulheres na política, além da capacidade de liderança, planejamento e de resiliência destas mulheres frente à multiplicidade de papeis que desempenham na construção do futuro da sociedade.


O cenário, porém apresenta em paralelo um número muito menor de mulheres que são candidatas nas eleições aos cargos políticos, temos nos estatutos dos partidos políticos a necessidade de garantir um percentual mínimo para que essas mulheres tenham esta representação, faz-se discussões e busca-se estratégias para garantir e aumentar esta representatividade, e o número de mulheres que não votam em mulheres é significativo.


Voltando a simulação que levantamos no inicio desta pequena reflexão, seria muito contraditório acreditar que este mesmo coletivo de mulheres que debate e luta para que essa realidade mude, ajude, trabalhe e direcione seus esforços em prol de um candidato homem, não é mesmo? Não, isso é mais comum do que se pensa. E esta realidade não é exclusiva, eu vejo exatamente o mesmo acontecendo em outros coletivos de minorias.


Estamos frente a um cenário, onde mulheres defendem lideranças que são contra que esta representação que está sendo conquista, onde LGBTs apoiam ideias que vão contra os seus direitos já conquistados e onde se fala no combate da violência com a liberdade de usar armas para se defender de quem usa armas e assim vamos entrando numa bola de neve desgovernada.


Onde está o ruído de comunicação neste cenário apresentado? Qual a importância das relações interpessoais na busca do futuro dos nossos sonhos?


Te convido a assistir o filme: Er ist wieder da¹ (Ele está de volta – um filme onde o século XXI recebe Hitler de braços abertos) e fazer uma comparação com este texto e responder estas últimas perguntas.


Felipe Zardin é formado em Administração de Empresas, pós graduando em Gestão de Projetos, co-fundador da ONG Identidade LGBT de Caxias do Sul, estudante de política e movimento LGBT.




 
 
 

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