Ideologia: o interesse pessoal
- Felipe Zardin
- 9 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
O atual cenário de convivência social é preocupante. Há alguns anos realizamos trabalhos junto à comunidade caxiense buscando igualdades e melhorias sociais para o indivíduo LGBT e todas as pessoas que os circulam: família, amigos, ambiente de trabalho, convívio escolar, saúde e segurança pública. É neste número significativo de pessoas que estamos nos baseando quando dizemos que não se pode fechar os olhos as necessidades pontuais existentes no tema: direitos humanos.
A tão sonhada liberdade de expressão perdeu seu rumo frente às palavras soltas sem pesquisa, contexto, reflexão e conhecimento sobre os mais variados temas. As pessoas ofendem, generalizam e criam opiniões destorcidas sobre fatos. A tecnologia possibilitou o acesso fácil a informações, e na sua grande maioria essas informações não são contestadas ou averiguadas, gerando polêmicas desnecessárias.
Perdeu-se o senso de respeito nas religiões e doutrinas e cria-se diariamente uma guerra de ideologias baseadas em interesses pessoais. O estado laico é posto a prova diariamente na política.
Diariamente aumentam as notícias sobre homicídios, crimes de ódio e atos de violência gerados por preconceito, machismo, sexismo, racismo e lgbtfobia. Falta informação e as justificativas são jogadas nas costas da cultura brasileira. É presente o discurso de vitimismo que aponta a culpa s nos próprios agredidos.
Queremos falar. Precisamos de visibilidade. Suicídio, depressão, bulliyng, DST’s, dependência química, pressão social, abandono familiar, dúvidas, transtornos de ansiedade. Já esta passando da hora de levantar pautas, temas e debater problemáticas e possíveis soluções, é preciso unir esforços, o chamado é feito diariamente.
As pessoas querem criar um “rótulo” para a família, esquecendo da palavra: amor, querem decidir como deve ser o relacionamento afetivo dos outros, quais atividades podem ou não ser feitas por meninos ou meninas, que profissões são do gênero masculino ou feminino, quem tem direito ao acesso da saúde e quem não se enquadra nas prioridades de atendimento, a segurança está com os “nervos a flor da pele” usando a violência para conter a violência, e a escola está esquecendo que seu papel é “acolher”.
Enquanto isso, nos governos, dos representantes públicos ouvimos discursos e nada mais do que isso. Enquanto isso, nós, esquecemos de respeitar a individualidade dos outros. Qual a real melhoria social aqui buscada?
Felipe Zardin, voluntário ONG Identidade LGBT Caxias

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